terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A fórmula mágica(!?) - parte 1

Resolvi estudar xadrez! Pois é, depois de cinquentão e capivara assumido, tentarei dar um
pouco de trabalho aos adversários. No xadrez por correspondência eu sempre me saí bem,
mas agora que tenho jogado mais ao vivo, principalmente on line, tenho apanhado bastante.
É verdade, o xadrez postal deixa a gente viciado: qualquer coisa é só consultar as bases.
Vixe, parece coisa de político!

Outro dia, no FICS, alguém respondeu minha Siciliana com a variante fechada. Ora bolas,
isso não se faz! Há quanto tempo não jogo esta variante? Se fosse postal seria fácil, tenho
um monte de partidas para consultar nos bancos de dados, mas resolver alí na hora, no blitz?
me lasquei todo! Pensando bem, se eu respondo com o PR, tentando uma Ruy Lopez e ele
vem de Vienense? tava lascado do mesmo jeito! É, preciso mesmo estudar.

Um dos problemas está identificado: preciso dar uma geral nas aberturas. Nem que seja
na base da "decoreba", pelo menos o básico eu preciso aprender. Sempre digo aos meus
treinandos que o importante é sair da abertura com um jogo razoável. Memorizar uma
abertura pode não ser o ideal mas ajuda e muito nessa hora.

Outro problema que terei que superar é a indisciplina. No trabalho (argh) sempre fui
correto com horários, mas no resto sou uma lástima. Parece que fiquei traumatizado,
não marque hora para mim que é bobagem, não vou cumprir. Claro que refiro-me à hobby,
diversão, etc., nas coisas sérias continuo responsável! ;-)

Tem também a preguiça! Rapaz, como fiquei preguiçoso depois que me aposentei! Assim,
o programa de estudos tem que ser uma coisa muito divertida ou não vai funcionar.

O problema que considero mais sério é a falta de parceiros. Não tenho com quem jogar,
analisar, discutir posições, testar variantes, etc. Tudo tem que ser via internet.
Pode parecer bobagem mas faz uma diferença enorme. Lembro-me bem de minha turma de
Governador Valadares discutindo uma posição ou variante. Aprendia-se muito mais.

Quando eu jogava mais ao vivo, quase sempre era forçado a aprender novas aberturas,
algumas após amargas derrotas. Eis um bom exemplo: No final dos anos 80 eu defendi
o 3° tabuleiro do Xadrez Club de Gov. Valadares contra uma equipe do Clube de Xadrez
Belo Horizonte. Sentei-me frente a um garoto que deveria ter no máximo uns 12 anos.
Empatei a primeira, de brancas, uma Ruy Lopez trancada e sem graça e partimos para
a segunda partida. Quando eu pensei que seria uma tranquila Italiana, o pirralho me
sapecou um Gambito Evans na fuça que me fez perder o rumo! Um verdadeiro massacre!
A tunda que levei me fez expert na defesa do tal gambito, embora ninguém mais teve
"coragem" de usa-lo contra mim e... já esqueci tudo! A propósito, o tal pirralho é o
(hoje MF) Adriano Caldeira, que aliás anda sumido da mídia.

Andei pesquisando em vários sites, blogs e livros. Anotei conselhos de treinadores,
professores e mestres. Analisei vários programas feitos por pessoas capacitadas e
experientes. Cheguei à conclusão de que o esquema de estudo tem que ser individual,
ou seja, específico para mim, adaptado às minhas condições, considerando os prós e
contras acima identificados e outros que possam surgir... A idade pesa? :))

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