quarta-feira, 1 de abril de 2009

Carnaval de capivaradas!

Sem saco pra brincadeirinhas de 1º de abril (o dia da mentira) e sem novidades enxadrísticas. Não participei do classificatório mineiro em BH, dias 21 e 22/03 e não tenho jogado on line. Na verdade estou bem paradão com o xadrez ultimamente, mas como não posso deixar à míngua meus 7 leitores, aproveito a paradeira geral para contar minha história (tragédia) enxadrístico/carnavalesca.

Carnaval antigamente era legal - juventude, sacumé, né! Agora só serve pra mostrar o quanto estou envelhecendo. É verdade, o acúmulo dos maios é terrível! Este ano, por exemplo, meus meninos foram para a farra em Ouro Preto e o meu programa principal foi ficar rezando pela segurança deles - entre uma pinga e outra, claro, ninguém é de ferro!

Lógico que não passei um feriadão desse só na cachaça e na Ave-Maria, claro que não! Joguei um xadrezinho, também. Aliás, o diminutivo tá muito bem empregado aí, foi um festival, digo, um carnaval de capivaradas de minha parte!

Meu amigo Daniel Castro veio passear em Ponte Nova e tiramos uma tarde pra brincar um pouco. Não sei se já falei dele por aqui, mas ano passado ele venceu um classificatório do mineiro em Ouro Preto e algumas de suas partidas estão no blog Xadrez em Ponte Nova.

Jogamos duas partidas rápidas (45min nocaute) e deu pra divertir um pouco. Em ambas eu joguei direitinho... até chutar o balde!

1ª partida
Abri de e4 e entramos numa Francesa, especialidade do Daniel. Saí da abertura com um peão isolado e usei muito o relógio no meio jogo, ficando apuradíssimo no tempo. Ele deu uma vacilada e pendurou uma torre, mas como eu tinha feito os últimos 5 lances "ao toque" ele continuou jogando. Segue a posição quando parei de registrar - restavam-me poucos segundos:

Daniel tentou reconstruir os lances finais, mas não fiz questão de copiar, de tão puto que fiquei. Com a obrigação de jogar ao toque e tendo que dar mate (era nocaute) parti pra cima de qualquer jeito. Bobeei, tomei contra-ataque, devolvi material e meu tempo caiu! Puta-que-pariu! Se houvesse um acréscimo de 2 segundos eu "arrecuava os arfe" e a história seria outra... Preciso comprar um relógio digital. :-)
Quem quiser ver a partida, até onde registrei, é só clicar aqui: Mário x Daniel



2ª partida
Jogamos uma Ruy Lopez (se fosse blitz eu experimentava a Fishing Pole!) e procurei sair dos trilhos logo cedo, tentando surpreendê-lo. Até sacrifiquei um peão que ele sabiamente recusou, já que eu ficaria com uma ótima compensação posicional. Ganhei a qualidade após um deslize do Daniel e chegamos à seguinte posição, após 23.Qxd7:

Jogar uma das torres em d8 me deixa com excelente partida, ficou claro imediatamente. Primeiro pensei em Rad8, fugindo da diagonal do padreco em f3. Com o relógio sob controle e podendo analisar com calma... comecei a ver fantasmas(*):

"Ele puxa a dama pra g4 e mete o bispo em h6... e aí? Descartei Qxa2 temendo Rb2 (puro delírio). Ora, trazer a torre pra d8 eu posso a qualquer momento, o negócio é posicionar a dama de maneira que ela possa ser transferida pra ala do rei, se necessário."

Cometi, então, uma atrocidade: 23...Qb6? "ameaçando f2 e ganhando o tempo necessário para a possível troca de ala". A resposta instantânea 24.Be3 foi um murro na boca do estômago. Abalado e desmoralizado, capivarei novamente, perdi o bispo e a partida foi pro beleléu. Joguei mais alguns lances no piloto automático e, após inverter uma troca, abandonei. PQP de roda!

Quem quiser ver a partida (e rir da minha desgraça) é só clicar aqui: Daniel x Mário

* Isto só acontece a quem, além de capivara, é também anta, toupeira, burro, estúpido e idiota!